sábado, 31 de dezembro de 2011

"RUINAS" OU A VIDA DEPOIS DA MORTE


Apresento esta tela em óleo e acrílico, que criei e pintei com a imaginação possível, com o intuito de demonstrar a fase mais negra da minha vida. Uma marca para recordar, uma data que não dá para esquecer.
Foram vários anos de uma dor oculta, que procurei vencer sozinho.
O tempo foi passando, mas as marcas…
Por vezes me pergunto:
                 Será que deixei as “ruinas” e voltei a “viver”? Ou simplesmente…

“Me esqueci de viver”. 




O significado da tela;


“RUINAS” OU VIDA DEPOIS DA MORTE

O que fiz eu? Ou, ou o que me fizeram?

Pergunta trágica que todo aquele que chega à “idade da razão” sente que se fórmula na sua angustiada consciência.

Angustiante momento, o da pergunta acerca do passado, do passado produzido por alguém, por outros ou por mim mesmo.

Angustia que provem da esperança, esse fundo último da vida humana, se deter perante o enigma do passado, perante a sua marca no presente adverso, que chegou a mim como um momento apenas, carregado de consequências, de um tempo ignorado.

O esclarecimento da própria culpa traz a máxima libertação, ao sentir-me responsável, a pessoa em mim afirma-se na sua plenitude, e talvez por isso corro o risco de assumir a culpa que não me pertence.

Com esse carácter impessoal que me aproxima da natureza e a que chamo “destino”, é justamente o terreno da tragédia. Não os acontecimentos tal como foram, mas sim o que deles ficou: A sua Ruína.

As ruínas são o que há de mais vivo da história, pois só vive historicamente a pessoa que sobreviveu à destruição de tudo na sua vida e daquilo que palpita no seu fundo. De algum sonho de liberdade aprisionado na consciência e se atreve a aflorar de uma tragédia cujo autor é simplesmente o tempo, ninguém a fez, fez-se, já não do que fui, mas do que não consegui ser.

Tempo de um passado que continua a sê-lo. Que se atualiza como passado e que mostra, ao mesmo tempo um futuro que nunca foi, caído do ontem fazendo-me padecer também de um futuro que nunca foi presente.

Reduziu-me ao mínimo e deixou visível em toda a plenitude o horizonte, a passagem das coisas da vida, algo conquistado por ter levado até ao fim a esperança no seu limite extremo, e ter suportado o seu fracasso e ainda a sua morte, esse algo que permanece do tudo que passa.

Não há ruína sem vida vegetal; sem era ou musgo que brotem das fendas da pedra, como um delírio da vida que nasce da morte.

 Assim, as ruínas acabam por ser a imagem perfeita do sonho que habita no mais profundo da vida humana. Mas, no final dos seus padeceres, algo de seu voltará à terra para continuar o ciclo vida-morte e que algo escapara libertando-me e ficando ao mesmo tempo interminavelmente.


Manuel Fernandes de Freitas
16-10-2008

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

CARTA AO PAI NATAL


Carta ao Pai Natal, no dia 26 de Dezembro
(de uma criança insatisfeita)

Querido  Pai Natal,

Acharás estranho que te escreva hoje, 26 de Dezembro, mas quero esclarecer umas coisas que me ocorreram desde que te enviei a carta cheia de ilusões na qual pedia que trouxesses uma bicicleta, um comboio eléctrico, um Nintendo e um par de patins.
Quero dizer-te que me matei a estudar todo o ano, tanto que, não só fui dos primeiros da minha turma, mas também tirei 20 a todas as disciplinas e não te estou a enganar. Ninguém se portou melhor do que eu, nem com os pais, nem com os irmãos, nem com os amigos, nem com os vizinhos. Fiz recados sem cobrar, ajudei velhinhos a atravessar a rua e não houve nada que eu não fizesse pelos meus semelhantes e mesmo assim… que grande lata… ó Pai Natal.

É que deixar debaixo da Árvore de Natal, um cabrão dum pião, uma merda de duma caneta e um caralho dum par de meias…
Foda-se… quem é que penas que és… barrigudo do caralho.
 Pois é, porto-me como um camelo, a merda do ano inteiro, para vires com essa merda de prendas e como se não bastasse, ao paneleiro do filho da vizinha, esse otário estúpido como o caralho, que grita com a vaca da mãe e é um pandemónio lá em casa, tu deste-lhe tudo o que ele pediu.

Agora quero que te fodas e que venha o caralho de um terramoto e nos engula a todos, porque um Pai Natal incompetente como tu, não faz falta a ninguém.

Mas não deixes de regressar no ano que vem, porque vou rebentar à pedrada as putas das tuas renas e hás-de vir bater com os cornos cá em baixo, que te hás-de foder.
Vou começar pela tua rena Rudolph, que tem nome de maricas, e hás-de andar a pé, já que a merda da bicicleta que pedi era para ir para a escola, que ó longe comá merda.
Ah!!!...è verdade… não me quero despedir, sem te mandar para a puta que te pariu, pois tu és um filho da puta. E aviso-te que para o ano vais saber o que é bom, pois vou foder o juízo a toda a gente o ano todo.

P.S. Quando quiseres, podes vir buscar o pião, a caneta e as meias, mas acorda-me para eu te enfiar essas merdas todas pelo cu acima.



(A criança inocente acreditava no Pai Natal…ficou desiludida com ele…mas percebeu que a vida nem sempre é justa. Nunca devemos desistir… mas lutar sempre por aquilo que queremos)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

VERDADEIRA RIQUEZA DA VIDA


A sabedoria da vida consiste na eliminação

                               Do que não é essencial

                                                                       LIN YUTANG


Ele sabia ser pobre sem o menor vestígio

                      de miséria ou deselegância… Decidiu ser

rico limitando as suas necessidades.

                                                                    RALPH WALDOEMERSON


                          Vivo numa casa  muito pequena,

mas as as minhas janelas dão para um mundo

                                                  Muito Grande.


                                                                    CONFUCIO


E agora, que já nada quero possuir...

                                e que sou livre,
de repente, tenho tudo…

 As riquezas que há dentro de mim são incomensuráveis.


                                                                               ETTY HILLESUMA


                        São coisas simples da vida,

         que fazem com que valha

 a pena vivê-la, coisas boas e fundamentais,
                                               como o amor.

E o dever, o trabalho e o repouso e viver em

                          comunhão com a natureza.

                                                  LAURA INGALLS WILDER

RUMOS PARA A VIDA


O primeiro passo para a sabedoria consiste

                     Em estarmos certos daquilo que dizemos

                               e fazermos aquilo em que acreditamos.

                                                                                       PAM BROWN


 A indiferença é o gigante invencível

                Do mundo

                                                              OUIDA

Se eu me perder, tenho de olhar para a Estrela

                Polar e ir para norte. Isso não significa que

eu esteja à espera de chegar à Estrela Polar.

                 Quero, apenas, seguir nessa direcção.

                                                                             THICH NHAT HANH

Se estivermos no rumo certo, tudo o que temos a fazer é continuar a caminhar.

                                                                          ANTIGO PROVERBIO BUDISTA

O QUE É A SABEDORIA


Porque na sabedoria há um espírito inteligente

   e sagrado, único no seu género, composto

de muitas partes, subtil, oblíquo, lúcido, puro,

   imaculado, invulnerável, amante do bem,

 ardente, livre, caridoso, amável, para com os

   outros, firme, infalível, que não se deixa tocar,

omnipotente, omnisciente , que permeia todos

    os espíritos inteligentes, puros e sensíveis…

O homem que cedo empreende a sua procura

   não se cansará na busca,

porque a encontrará

   sentada á sua porta.


                                                       EVANGELHOS APOCRIFOS
                                                       In “ A sabedoria de Salomão


A maioria das pessoas teme a sabedoria.

            Só por existir, ela desvaloriza o poder,

                        a ganância e a fama superficial

                                                           PAM BROWN


Humildade, não-ostentação,

         não injuriar, perdão,

simplicidade, pureza,

perseverança, autocontrolo,

              foi declarado que isto

é sabedoria.


                                  DIARIO DE PENSAMENTOS E ORAÇÕES.


domingo, 11 de dezembro de 2011

O FIM DO PRINCIPIO


Um dia destes fui ao Quartel da GNR de Braga de cujo Comando dependo. A dada altura dei por mim a olhar por uma grande janela, envolto numa nuvem de recordações. Tinha recuado mais de três decadas, estava de novo no seminário. Dos campos de futebol onde outrora se disputavam campeonatos organizados pelos padres, restavam as balizas brancas e enferrujadas. A padaria de onde saia todas as manhãs o pão quentinho, era agora um mero barracão abandonado. Lá ao fundo o velho muro, “O muro das tentações” sim porque do outro lado era o colégio das freiras, onde miúdas procuravam infrutiferamente ver o que se passava do lado de cá. Para nós, subir aquele muro era um acto atrevido e arriscado, pois era proibido. Por vezes uma bola disfarçadamente atirada de propósito para o outro lado era o único meio possível para servir de desculpa para os mais atrevidos subirem o muro. Era o único meio possível para que jovens de sexos opostos, e em poucos segundos, tivessem oportunidade de darem largas à sua imaginação, se entreolharem e sentirem um pouco de gosto a liberdade. Agora concentrava as minhas atenções num outro espaço. Já não via os velhos castanheiros e as enormes tílias floridas, onde corríamos, cantávamos e alegremente gritávamos. Despertei daquela nuvem que me envolvia enquanto, que algumas lágrimas traiçoeiras teimavam em cair. Agora apenas via viaturas da GNR e homens tal como eu fardados. Todo aquele espaço, outrora o “meu” seminário, e por coincidência, era agora e em parte o “meu” Quartel da GNR.


A vida é uma roda-viva… que dá muitas voltas… nada termina, tudo se transforma. Presente, passado e futuro entrelaçam-se para construir o nosso percurso. O que sou hoje prende-se com o que fui ontem e anuncia o que poderei ser amanhã. O futuro também somos nós que o fazemos.

          Assim, e para o futuro, espero continuar rodeado pela luz branca de Deus. Nada a não ser o bem virá até mim. Nada a não ser o bem sairá de mim. Dou graças que assim seja. Sou grato por tudo aquilo que me foi dado no passado. Serei grato a tudo o que me será dado no futuro. Alcançarei a vitória, tornando-me de novo criança.










quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

ME ESQUECI DE VIVER

“JULIO IGLESIAS”
Parabéns ao JULIO IGLESIAS, por esta música tão romântica, tão simples mas que nos diz coisas tão profundas e difíceis de enfrentar.
Ensina-nos a valorizar os pequenos momentos e transmite muita verdade.
Deixa-nos pensando que quando éramos jovens, deixamos escapar tantas oportunidades que tivemos, por medo... os anos vão passando, e jamais poderemos recuperar o tempo perdido... perdemo-nos em lamentações...

NÃO TE ESQUEÇAS DE VIVER, começa já, entrega-te ao mundo...vive tudo o que há para viver e alcansarás a felicidade.



Letra:

ME ESQUECI DE VIVER
(Me olvid de vivir)
De tanto correr pela vida sem freio,
me esqueci que a vida se vive num momento.
De tanto querer ser em tudo o primeiro,
me esqueci de viver os detalhes pequenos.

De tanto brincar com os sentimentos,
vivendo de aplausos envoltos em sonhos.
De tanto gritar as canções ao vento,
já não sou o que fui, hoje eu vivo e não sinto.

Me esqueci de viver; Me esqueci de viver
Me esqueci de viver; Me esqueci de viver

De tanto cantar ao amor e á vida,
eu fiquei sem amor uma noite e um dia.
De tanto brincar com que eu mais queria,
eu perdi sem querer o melhor que eu tinha.

De tanto brincar com verdade e mentiras,
me enganei sem saber que era eu quem perdia.
De tanto esperar, eu que só oferecia,
hoje eu fico a chorar, eu que sempre sorria.

Me esqueci de viver; Me esqueci de viver
Me esqueci de viver; Me esqueci de viver

De tanto correr pra roubar tempo ao tempo,
querendo ganhar dias e noites um sonho.
De tantos fracassos, de tantos intentos,
por querer descobrir cada dia algo novo.

De tanto brincar com os sentimentos,
vivendo de aplausos envoltos em sonhos.
De tanto gritar as canções ao vento,
já não sou o que fui, hoje eu vivo e não sinto.

Me esqueci de viver; Me esqueci de viver
Me esqueci de viver; Me esqueci de viver


domingo, 4 de dezembro de 2011

VIOLENCIA DOMESTICA



 

Sendo que a violência doméstica é o tema mais badalado dos tempos que ocorrem, e que mais polémica tem gerado tanto na sociedade como a nível político, não quis deixar de elaborar um tema sobre o assunto.


OUSAR E VENCER – COMPREENDER A “VIOLENCIA DOMESTICA”

I

A violência doméstica não é, infelizmente, um problema dos nossos dias, assim como não é um problema especialmente nacional. Muito pelo contrário a sua prática atravessa os tempos, e o fenómeno tem características muito semelhantes em países cultural e geograficamente distintos, mais e menos desenvolvidos.

Pretendo com este apanhado dar uma ideia do que é afinal a “Violência Domestica” e ajudar a melhor compreender a forma como a lei tratou e sobretudo como trata este fenómeno social que atinge muitas mulheres e homens, e portanto muitas famílias portuguesas.

A lei criminal ao não regulamentar a esfera privada da família, foi cúmplice das atrocidades e dos atentados aos direitos humanos que intra-muros foram sendo cometidos ao longo da história da humanidade, sem qualquer punição para com o agressor, marido ou companheiro, que foi adquirindo impunidade legal e social perante os crimes domésticos que ia cometendo.

Assim se foi construindo a ideia de homem dominador, duro e pai tirano, distante, detentor máximo do poder familiar e de regras que teimavam impor-se. As mulheres foram ao longo dos anos desencorajadas pelas polícias, pelos tribunais e pela sociedade em geral a apresentar queixa de um agressor que por direito as devia proteger e a quem deviam obediência.

Os mecanismos de apoio também eram escassos até um passado muito recente. Restava-lhes sofrer em silêncio a sua condição de mulher, e encarar o casamento, quando violento, como um “destino fatal” que deveriam suportar até que a morte física, simbólica ou perda da sua identidade também as vitimasse. Eis que em 1978 a lei mudou. As mulheres não são mais propriedade legal dos seus maridos e passam a gozar de direitos iguais aos homens perante a lei. Só que o peso da tradição permanece enraizado na cultura de um povo que resiste transformar-se.

Era tempo do Estado intervir não apenas legalmente, mas fazê-lo também socialmente. Também não posso deixar de salientar os avanços significativos no atendimento às vítimas de violência domestica que estão a ser feitos pelas forças de segurança, com níveis de rigor e profissionalização crescente na grande maioria dos postos da GNR e esquadras da PSP.

Precisamos que a conquista da igualdade perante a lei se alcance ao nível de todas as dimensões da vida, punindo os agressores, protegendo as vítimas, independentemente do sexo a que pertençam e restituindo dignidade da vida, onde muitos atropelos ao exercício da cidadania e dos direitos humanos têm sido cometidos.

O governo reafirma vontade de combater a violência doméstica e nos últimos tempos tem tomado medidas de promoção dos direitos das mulheres, atribuindo-lhes o estatuto de vítima e criando casas de abrigo, com o intuito de as afastar do agressor.

A violência doméstica é o tipo de violência que ocorre especialmente entre membros de uma mesma família ou que partilham a mesma habitação. Assim faz com que seja um problema complexo, com facetas que entram na intimidade das famílias e das pessoas, pelo que e como regra geral não há testemunhas, por ser exercido em espaço privado é para as polícias muito delicado aborda-lo e combate-lo é muito mais difícil.

Somos crescentemente confrontados com o aumento de situação de violência, não só contra as mulheres, mas também contra os homens, crianças e pessoas idosas e mais frágeis, como é o caso de pessoas portadoras de deficiências. Pode assumir diversas formas que vão desde os maus tratos e espancamentos até ao abuso sexual, violação, incesto, ameaças, intimidação e até mesmo de prisão domiciliária.

A violência doméstica não escolhe classes, pois ocorre em todas as classes sociais. Trata-se de um crime Publico previsto no Código Penal, pelo que qualquer cidadão que tenha conhecimento deste tipo de crime é obrigado perante a lei de o comunicar as entidades competentes para a sua investigação.



II

A violência doméstica está tipificada em três classes:

-Entre cônjuges (ou análogo)

-Contra crianças e menores de 16 anos de idade

-Outros crimes de violência doméstica (Pessoa particularmente indefesa, em razão de idade, deficiência, doença ou dependência económica.

          São abrangidos os crimes de Maus tratos e de Violação das regras de segurança.

         

III

A violência doméstica é um ciclo com varias fases:

-Acumulação de tensão

-Explosão

-Arrependimento

-Escalada de reinício do ciclo

Tipos de violência doméstica:

-Violência física

-Violência sexual

-Violência verbal

-Violência psicologia

-Violência económica

-Violência religiosa



Características da violência doméstica:

-O silencio

-A vergonha

-O medo

-Os mitos

-Os papeis tradicionais

-A experiencia anterior

-As crianças

-A frequência e a intensidade da violência

Factores que podem influenciar a vítima a manter-se numa relação de violência:

-A negação da violência

-O medo

-O sentimento de culpabilidade e responsabilidade

-O sentimento de impotência

-O sentimento de vergonha

-A auto desvalorização

-O isolamento

-O desejo de preservar a unidade familiar, especialmente quando existem filhos

-Os obstáculos materiais (acolhimento, emprego e alternativas habitacionais)

-O desconhecimento dos seus direitos

Consequências da violência doméstica:

-Morte

-Ferimentos ou lesões graves

-Depressão

-Lesões traumáticas

-Distúrbios psicológicos

-Sentimentos de culpabilidade

-Medo

-Reacções de Stress

-Risco de suicídio



O Impacto da violência nos filhos de mulheres e homens maltratados:

Na idade pré-escolar:

São crianças mais desprotegidas, vulneráveis com menos recursos cognitivos e comportamentais para lidar com outras situações

Na idade escolar:

São crianças que já tem mais recursos cognitivos e comportamentos para lidar com situações traumáticas

Na adolescência:

Podem manifestar comportamentos anti-sociais e auto-destrutivos

IV

Considerações pessoais, baseados na experiencia adquirida



Presentemente e dada a divulgação sistemática, quer pelos meios da comunicação social, quer pelas forças de segurança, estes casos tem chegado com mais frequência á barra dos tribunais, pois os números tem aumentado significativamente.

O aparecimento do rendimento mínimo, agora rendimento de inserção social, bem assim como o aparecimento e uso dos telemóveis, veio influenciar significativamente os desentendimentos e consequentemente a violência entre os casais.

Os homens também são potenciais vítimas de violência doméstica. No entanto, raramente o denunciam. Preferem manter-se no silêncio. Sendo que neste caso a violência psicológica é a mais frequente. Assim, não é de estranhar o facto de se verificarem vários casos de “Homicídio” em que maridos matam as mulheres. A violência psicológica acentua-se de tal modo, que o homem chega a um ponto que não aguenta mais, já não tem capacidade para resistir, sente-se ferido nos seus princípios mais íntimos de homem e torna-se inútil e incapaz de contornar a situação. Só tem uma opção, acabar contudo de vez, eliminar o problema “matar a mulher” e de seguida quase sempre se suicida, ou tenta o suicídio. Ele tem este comportamento de suicida porque está consciente da culpa e do crime que acabou de cometer e não é capaz de sobreviver com essa culpa, nem com a humilhação, perante a sociedade. Também é certo que existem alguns casos de mulheres vítimas de violência doméstica que acabam por matar ou mandar matar os maridos. Contudo, não conheço nenhum caso em que a mulher de seguida se tenha suicidado ou tentado faze-lo. Talvez eu tenha uma explicação para isso, mas não vou fazê-lo porque posso estar errado, talvez os doutorados no assunto tenham alguma explicação científica. No entanto cada um de nós é livre de pensar o que quiser.

Os homens, e ao contrário daquilo que possa parecer, são quem mais valor dão á união familiar, ou seja são os que mais procuram preservar o casamento. Quase sempre são as mulheres a darem o primeiro passo para o divórcio

Também é certo que um certo número de queixas apresentadas pelo crime de violência doméstica, não o é na realidade, mas sim um aproveitamento para a concretização de um divórcio, em que a presumível vitima se deixa influenciar por potenciais interessados. Instala-se a provocação sistemática facto este que leva a que o outro elemento do casal parta para a agressão, a fim ser alcançado o objetivo.

Neste sentido, creio e arrisco mesmo a dizer que estamos a atravessar uma fase em que se está a valorizar de mais o dito crime de violência doméstica. Isto é um processo negativo para a vivência e construção de uma família a sério. Quando o casal entra nos procedimentos judicias, é o primeiro passo para destruição do casamento. Acabaram-se os princípios que unem a família. Começa a ser preocupante verificar como os pais começam a deseducar os seus filhos, cedendo às suas exigentes mais impertinentes, não contrariando as suas tendências egotistas, descartando-se da educação dos filhos, substituindo-se pelos professores e outros educadores.

Está a acabar a geração dos filhos que obedecem aos pais, e se instala a passos largos a geração dos pais que obedecem aos filhos e instala-se o egoísmo.

Um pai educador é capaz de criar filhos capazes de dar o seu contributo a favor de um mundo mais justo e solidário. Os caminhos da educação, permitem êxitos escolares, transmitem conhecimentos que são determinantes para dar á sociedade um rosto mais humano, à vontade e aos afetos que moldam o coração.

Assim, talvez seja oportuno dizer “Entre marido e mulher, não metas a colher”. Tendo como base este princípio, é descabido ter tornado a Violência Domestica “Crime Publico”, no meu entender apenas serviu para aumentar números estatísticos e agravando casos que á partida eram irrelevantes de fácil entendimento entre os casais. Até porque as vitimas a sério sempre estiveram protegidas, ou seja sempre puderam manifestar o seu direito de queixa.



V

Se for vítima de violência doméstica, contacte a GNR, da sua localidade, disponível 24 horas por dia. Também pode procurar apoio psicológico junto da GNR ou no serviço social do seu município através do n.º verde 800 244 820.

Em casos graves em que se preveja agressões contínuas, pode sempre solicitar o afastamento do agressor do lar e enquanto não tenha sido dado o parecer Judicial, pode ir para um Lar de Acolhimento, pois já foram criados alguns, não quantos os necessários, mas já foi dado um passo largo. Estes lares são protegidos dos agressores e discretos.

Não tenha receio, peça auxilio. Tenha coragem de voltar ao princípio, vença os seus medos. Só se vive uma vez e todos temos direito a ser feliz.

Se não confia nos outros, confie em si e será invencível…

NÃO SE ESQUEÇA DE VIVER




O JARDIM DA SOLIDÃO

·     

Há olhares que se tocam, movidos por invisíveis fios de teia prateada.

Há olhares que se cruzam, ponteados pela mesma luz.

Há olhares que se tocam, no silêncio das palavras nunca ditas, mas sempre repetidas...

E nunca oferecidas … O meu olhar, o teu olhar, são flores de um mesmo jardim…

- O jardim da Solidão

sábado, 3 de dezembro de 2011

AMIGOS PARA SEMPRE

Nunca desvalorizes ninguém...

Guarda cada pessoa perto do teu coração...

Porque um dia podes acordar...

E perceber que perdeste um diamante....

Enquanto estavas muito ocupado(a) coleccionando pedras.
Por falar em pedras...

...lembrei-me agora daquele poema lindíssimo de Fernando Pessoa que não resisto em publicar (e deveria ser lido todos os dias... e em voz alta, para o "ouvirmos" melhor!):
Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

 Pedras no caminho?
 Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
(Fernando Pessoa)
«Só existe uma coisa melhor que fazer novos amigos, conservar os velhos.»
(Elmer Letternam)

FAMILIAS COM CRIANÇAS EM RISCO TÊM NOVO METODO DE AUXILIO

Por Magda Cunha Viana

Uma investigadora da Universidade de Coimbra inverteu o paradigma da crianças em risco e criou um projeto que se centra no apoio às famílias em vez de retirar as crianças.

Ana Teixeira de Melo, psicóloga, investigadora da Universidade de Coimbra considerou que o método usado para apoiar crianças e jovens em risco está ultrapassado. Ana Teixeira de Melo, psicóloga, defende que é necessário considerar os problemas da família em que se insere a criança em risco como sede do problema, vendo a família como um todo, em vez de retirar as crianças às famílias com ações dos tribunais ou pelas comissões de proteção de crianças e jovens (CPCJ).
A investigadora criou assim o Modelo de Avaliação e Intervenção Familiar Integrado (MAIFI) destinado a apoiar as comissões de proteção de crianças e jovens e os tribunais. O objetivo final é avaliar se é ou não possível manter a criança na sua família e apoiar o núcleo familiar de maneira a garantir a segurança e o bem-estar do menor, e se é possível controlar o risco a que está exposto, disse Ana Teixeira de Melo ao i. “Nós sabemos que os tribunais e as comissões têm muita dificuldade na condução dos processos de avaliação, por falta de metodologia e de instrumentos, e orientações adequadas à nossa realidade”, afirmou.
O modelo da investigadora dá formação aos profissionais para que possam conduzir as avaliações e dar resposta a um conjunto de questões que são importantes para decidir o futuro das crianças, segundo a investigadora, que já viu o projeto posto em prática em sete concelhos do país, junto de 67 famílias, através de centros de apoio familiar e aconselhamento parental, em ligação com os seus parceiros locais (CPCJ, tribunais e Segurança Social).
Desenvolvido e avaliado ao longo dos últimos quatro anos, o novo modelo de intervenção diferenciada necessita da adoção em pleno, ou seja, “de uma mudança radical nas políticas de funcionamento do sistema”, disse ao i.
Esta necessidade resulta da exigência de uma grande flexibilidade das instituições e dos profissionais. Sendo muito centrado nas famílias, não se coaduna com horários rígidos, dado que a equipa tem de estar disponível 24 horas por dia e tem de ter autonomia, alerta Ana Teixeira de Melo. Com “a crise que o país atravessa, o número de famílias com dificuldades vai aumentar seguramente, o que exige a adoção de mecanismos que as fortaleçam. Os modelos dominantes que apenas fazem diagnósticos de necessidades e não se centram nas forças são ineficazes”, alertou.
Outra mais-valia do MAIFI, cujo planeamento foi avaliado por especialistas nacionais e internacionais, é o facto de, pela primeira vez, combinar o trabalho clínico com as preocupações sociais, educativas, comunitárias e forenses. Esta aliança entre as preocupações clínica e forense é particularmente inovadora e essencial para a tomada de decisão, tornando o processo mais respeitador da família, porque a investigadora entende que não basta aumentar rendimentos ou ensinar competências parentais, pelo que é preciso apoiar a família para que seja forte, coesa e unida.
A investigação, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, resultou na tese de doutoramento de Ana Teixeira Melo. Uma equipa que trabalha no terreno, desde 2007, em Murtosa, apoia 23 famílias. Fonte destas equipas disse ao i que as pessoas auxiliadas pertencem a famílias que, por “algum motivo, têm muitos desafios” e pertencem a diversos extratos sociais.


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A SIDA NO MUNDO


A Sida no mundo
Apesar de alguns avanços, o mundo está perdendo a guerra contra a SIDA e as regiões mais pobres do planeta são as mais afectadas. É certo que a epidemia pode estar, vagarosamente diminuindo no mundo, mas as taxas de infecção ainda são crescentes.
 
A África é, sem de dúvida, a região mais afectada pela SIDA, onde o abandono da população é maior. Dois terços dos africanos possuem o vírus. A África Sub-Sahariana é uma das comunidades perante a qual o mundo não pode ficar indiferente.
Por isso, não é com uma vacina eficaz que se soluciona o problema da SIDA em países pobres.

Na minha opinião, para os resultados serem bem sucedidos na redução destes casos requer um compromisso político das autoridades e comunidades locais apoiado por esforços internacionais e da indústria farmacêutica. Mas não só os avanços científicos são necessários para o controle da SIDA, mas também um envolvimento das populações vulneráveis que com o apoio das instituições locais e internacionais estejam dispostas a enfrentar o problema para assim o poderem resolver. Além disso, para modificar o quadro da SIDA naquele continente, só com uma mudança brusca nas estruturas de base para que seja possível disponibilizar medicamentos e acesso a informação sobre prevenção e tratamento. Algo que só seria possível por meio de uma intervenção internacional em parceria com os governos locais. O que acontece na África não passa de uma hipocrisia do mundo frente à pobreza e ao desenvolvimento em que as infecções da SIDA, atingem as camadas mais jovens